quinta-feira, 31 de maio de 2012


Pra ela é tão difícil abotoar seu casaco de botões nas costas.
Ela diz que não fica tão bonita de vestido florido
Diz que gosta do charme do meu bigode.
Acostumou-se com a fumaça do meu cigarro
quando repousa sua cabeça em meu colo.
Me enche de chamego
tenta enrolar (se possível) ainda mais meu cabelo em seus dedos.
Me diz que sente prazer, quando vou busca-la de bicicleta
e que vê até beleza, o cesto cheio de flores roubadas
só pra vê-la sorrir, quando lhe coloco uma flor atrás da orelha.

Temos em comum não ter nada de comum.
Talvez ambos só preferimos tirar os sapatos pra dançar
Pra ela é tão difícil as vezes me ver longe
Ela diz que nosso amor é como chuva em dia de sol

Repartimos sempre o mesmo cobertor curto nos dias de frio.
Dizem que o primeiro romance dura pouco mais de um dia
e que um dia para um romancista dura a vida toda.
Que o amor da sua vida passa igual filme no cinema
e em poucos instantes já se muda de cartaz.

Mas nós trocamos as lembranças pelos desejos
Sentar na poltrona para lembrar
é como tomar um whisky velho e se embriagar.
Quando se deseja, menos tempo guarda-se para a amargura
Encontrar alguém se levam dias, meses ou anos
depende do quanto espera, do quanto precisa
de quais são os planos, do que se procura.
É como a encontrar logo alí, do outro lado
virando-se a esquina está o universo.
repleto de faixas e semáforos
todos e quaisquer sinais que precise encontrar
e eu a encontrei quando em volta de tudo isso
parei de procurar.

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