segunda-feira, 10 de março de 2014

Oceano Particular






Predomina em mim como força soberba quando mar abranda.
Correnteza brava que decepa
Fragmentos que minh'alma  chama.

Força maior não vistes
Eu, eterno filho da natureza, por natureza.
Sentir a morte mais de perto
É o silêncio intrínseco, que vagarosamente nos toma conta.
Na agitação daquele instante
De nosso ser tão insconstante.

No silêncio inerte que predomina a tudo
Morremos mais em vida que na morte.
A morte é surda, quieta e constante
um câncer qual não sentimos, nem o percebemos.
Uma dor se partindo para não mais doer
Para não mais adoecer.

Viver é amar a utópica descompreensão
De que força maior nós somos
Estrelas inquietas que hanitam o chão.

Não amedronta-nos a morte, pálida e fria
Nos derruba antes
Os sentimentos desleais com tanta hegemonia.

Parte-nos como árvores sem retirar por inteiro a raiz
Deixa-nos em pedaços de galhos secos
E alguns novos florescendo, levando junto a cicatriz.

Cicatriz que já é morta
Mas machuca sem doer.
E dói no fundo da alma
Que é para cansar de adoecer.

Libertar é, evaporar-se e imergir-se em nosso interior por inteiro.
Até não existir mais razão alguma
Até não sabermos nada,
Do mundo inteiro.