quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

"Rimática desconsolada"




Palavras às vezes não dão em nada
Pelo pequeno vão das janelas
São onde os suspiros se exalam
Segundo a segundo, em nós são escritos
Em nós se calam.

Foi o quarto.. será? foi o teto
a sombra refletida no azulejo?
Foi a cama, o cobertor,
foi nos olhos que tivemos medo?
...de não tornar mais vê-los.

Quem derá fosse a luz esquecida acesa
O copo esquecido a mesa
Pois foi seu grito que calou a rua
Foi o cheiro da sua pele nua

Doei -te meus abraços
Doei-te na saudade
Acordei-me de um sonho
que não queria alarde

Já não é mais outono
Te cantava nas flores,
Te cantava calado
Te esparramei nas ruas
Beijei-te por outro lábio

Te inventei nos filmes
te evitei nos dias
Me lancei no mundo
E agora restou-se apenas poesia
Rimas pobres, rimas frias.