sexta-feira, 17 de maio de 2013


película ocular.








Os olhos passeiam em meu corpo todo
Alguns me tiram até a última peça de roupa
Outros me jogam dentro de um cesto de lixo.
Alguns não me veem e me atropelam.
Eu morro...
E continuo sendo o que todos estão dizendo.

[É então que no meio da multidão alguém me vê
Me toca, me sente, antes mesmo de chegar.
Uma luz abriu-se para nós no meio da rua,
Indicando a direção para fugir.
Fugimos, nos beijamos, transamos...sem falar nada
Ainda assim havia mais verdade ali
Do que ouvia-se falar de língua em língua.
Havia mais verdade posta ali, do que em qualquer outro lugar.]

Eu só posso ser o que estão dizendo
Enquanto isso, estou sendo o que nem eu mesmo sei dizer
Encontro-me as escondidas com desconhecidos
Sim, é verdade...não conheço e não sei quem é ninguém.
Os corpos são realmente estranhos
mas os seus formatos tem mesmo razão.
Quanto a minh'alma, mantenho encontros casuais
com aquelas pessoas que não dizem nada.
Tirando o lado hipotético disso
continuo colecionando fotos de pupilas
e tentando entender porque a borboleta que é tão mais legal que o homem
vive apenas 24 horas