segunda-feira, 30 de abril de 2012

Os pés frios amanhecidos já dizem
"o frio chegou, rigoroso e disposto"
me sirva uma colher de xarope da rotina
cama, mesa e banho e fecha-se a cortina (...)

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Digo versos como quem proclama certa incerteza
peco por me referir aos anseios
de dia penso, a noite enxergo
sempre há expressão errônea
perante todos os meios

Doce é sentir o odor do que com amor se rega
e se choras minha amada, é que por hora basta
não é aqui que prendera o pranto
nem mesmo desconsolando-se numa escada

Volta para o ninho quieto e longe das serenatas
O canto que de lá cantava, ja não encantas, já não agrada
Não sente, nem vê-se nada
Esperar dizer-te "a amo tanto sem meros enganos"
Amar assim
quem sabe demore, dias, meses ou anos.

Mas não se apaga, como a luz do poste da frente
Não se prende como elos de uma corrente
Se vem assim, tão de repente
e dura assim dias, meses ou anos
pela frente.





sábado, 21 de abril de 2012

"O complexo nada mais é que seu medo
restrito junto a ultima gaveta do guarda roupa
A única luz baixa do abajur acesa
Um copo de café gelado em cima da mesa
Retratos  das horas funcionam como anestésicos
Em cima da escrivaninha apenas alguns papéis rabiscados
Versos envelhecidos, doce epifania dentre a dança dos dias."

(henr. t farro)