terça-feira, 31 de julho de 2012

Vontade

Não se brota em pé de laranja
Não quando acorda de manhã
botando o pé esquerdo no chão

Espreguiçando os braços pra cima
ou encontrando palavras de definição

Vontade vem quando você vai
Quando você vai e não quer voltar
O medo de correr é só o medo de cair
Ou entrar no abismo e não saber sair

Não abrir a janela de manhã
E perder a vontade de olhar no espelho

Vontade entra quando corpo e alma se alimenta
Vontade entra quando corpo e alma se alimenta





O abajur aceso na sala de estar
Rodas de domingo pra dançar
Pondo a flor no mesmo vaso que quis quebar
O sopro do destino ninguém saberá

Como em desencontros se encontrar
Noites menos queridas
Ou na porta de um bar
No colo que aconchega na boca do lar
Sorrisos coloridos amantes solar

Que vem me encontrar

Quem me achou aqui
Quem fugiu sem despedir
Quem dormiu vendo a tv
Quem rodopiou sem cair

Rodopiou sem cair
Rodopiou sem cair
Rodopiou sem cair

[ciranda solar- por: henr t. farro]

sábado, 28 de julho de 2012

quinta-feira, 26 de julho de 2012


Retrato na cerca
por: Henr. t

Lembro-me de ter amarrado o sapato
e ao levantar, a luz baixa da janela entre aberta
que refletia na cama
mostrara os galhos secos sendo balançados.
Lembro-me de aprender olhar a hora, no antigo relógio
da sala de estar.
Não posso dizer ao certo que horas eram
mas hoje já passou tanto tempo...
Todos retratos das horas estão difusos.

"Cobre o corpo com os braços da utopia
Porque cada respiração, é um momento único na vida!"

Era o que costumara ouvir quando andava preocupado.
As cores que me lembram, a intensidade do foco de luz
Como se fossemos uma incandescência chama abstrata
tal hora acesa, tal hora se apaga, se alastra.

Porque não gritamos mais no silêncio
Não andamos com os pés na terra
Puseram a cerca no jardim onde eu corria
E o pé de manga agora é de melancia.

"Cade a marca onde eu escrevi seu nome?"
Não sinto mais medo do lobisomem
estou estritamente amedrontado pelo homem.
E agora, não amarro mais meu sapato.
Não olho mais a hora no relógio da sala de estar
Aprendi que o tempo, é a construção de cenas modificadas
E tenho medo de olhar o relógio
e ele me roubar de novo, até mesmo a fala.