sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Em nenhum lugar mora





Meu coração soluça e queixa-se
Diz-me a cabeça
Que nele, pouco apreço mora.

O efêmero suspiro
Acompanha o badalar das horas.
Esse parece não se importar
Se apressa a quem lhe implora.

Meu coração se encolhe;
Em um grito intrínseco ecoa
A saudade chora
A vontade voa.

Se em um subterfúgio
Pudesse amanhecer ao nascer de aurora
Todos esses dias iguais me bastariam agora?

Nada nunca está vazio
Mesmo no peito onde nada mora
Na árvore de galhos finos e tortos
Na rocha imóvel no alto do penhasco
Luta, mas lá, para sempre mora.

Vazio só meu pensar
Que vai  sem pressa alguma.
Sem utopia ou amargura
Sereno e manso pelo ar.
Pensa o pensar:
Ah...que vontade de ir embora;
Esse sim vive a estar em toda parte
Esse sim em nenhum lugar mora.

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