quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
Sirva-me um trago de esperança
Da bela rotina vestida, adormecida.
Da valsa dançante de cada dia
Da injúria que aquece a cama
Dos recitais, não só de poesia
Dos esperançosos braços entrelaçados
Saiam versos como quem chora de alegria
Jogando a lama, libertando a alma
Fechando a ferida.
Que se amargue na boca
O gosto da maçã mordida
Da pétala mais fina
nasça outra rosa rejuvenescida.
Chama que me move
Chama-me inteiro, mão, braço, joelho...
Chama-me bem querer
Chama-me, se alastra
E depois fumaça
Farei juras ao meu maior orgulho
Serei honesto aos meus maiores segredos
Direi sem quaisquer receio.
Que amar
Amar me faz deitar em todo canto
Amar me grunhe feito móvel envelhecido
Madeira velha, gaveta vazia
Estação por estação
Dia a dia.
E meu corpo
Meu corpo se emancipa
Meu corpo fala, se excita
Meu corpo livra, se esguia.
Em silêncio declama aos gritos
Em silêncio perderas vida.
Meu corpo é a narração de fora
Do que minh'alma pede
Sem orgulho ferido
Até mesmo implora
Oh encatada aurora
Sirva-me o banquete do novo amanhecer
Sirva-me do prazer, de ser
Apenas ser, agora.
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Você escapa do clichê.
ResponderExcluirMas ao mesmo tempo, é como se esse poeminha (ou como queira chamar), eu já tivesse lido ou sentido. Talvez porque ele se passe dentro de mim, aínda. Então, não é novo pra mim mas é fantástico a maneira intensa como você escreveu.
"Pés cascos, sobre mãos envelhecidas
Reinara em meu corpo todo
Restara apenas ferida"
Sinceros agradecimentos as tuas palavras.
ResponderExcluirPara um escritor, nada melhor que ter sabedoria
sobre o compreendimento de quem lê.
O compreendimento real, do que realmente quis dizer.
Obrigado mesmo.